quinta-feira, 29 de maio de 2014

O Consumo está em queda!


Se sairmos por aí no comércio varejista perguntando como vão as vendas neste início de ano, as respostas serão muito desanimadoras. O comércio tem vivido uma crise nos últimos meses, pois o consumo das famílias vem desacelerando desde final do ano passado. 
O ritmo das vendas do comércio não cresce tão pouco desde o final da crise dos anos horríveis de 2001 a 2003, onde o consumo varejista apresentou índices negativos.  As vendas, que até 2010 avançavam a um ritmo superior a 10% ao ano, desaceleraram para 5% no acumulado em 12 meses até fevereiro deste ano, período que inclui o natal e ano-novo. Não é por acaso que os analistas passaram a prever dias difíceis para o ano de 2014.

Como podemos entender este fenômeno? Por que está ocorrendo esta moderação do consumo pelas famílias?

A explicação é dada pelo crescimento mais lento da massa salarial real, que considera os rendimentos recebidos pelos trabalhadores descontada a inflação no período, ou seja, os salários que estavam tendo um aumento real nos últimos anos devido as baixas taxas inflacionárias do país, ultimamente não estão crescendo a um ritmo tão relevante, ou seja, as famílias não se sentem tão confortáveis em consumir, já que seu salário não cresce como antes.  A inflação já assume certa relevância no cenário econômico e a reação natural é contração de consumo, pois o aumento da inflação corrói o poder de compra das famílias e, consequentemente, o espaço no orçamento para novas compras.
O aumento das taxas de juros é outro fator importante para explicar esta retração, já que com os juros mais altos o consumo a longo prazo perde interesse, pois fica mais caro e inibe seu crescimento. A queda temporária das taxas de juros que vivemos nos anos anteriores fez com que as famílias tivessem um crédito facilitado e consumissem mais, porém aquele consumo que assistimos não voltará a existir até que estas taxas possam voltar a cair.
Diante do cenário onde os consumidores estão com os “pés nos freios”, os comerciantes precisam ter cautela e estudar o ambiente que atuam, pois os estoques estão altos e os meses que virão serão desafiadores. É hora de comprar menos e tentar vender o que já possuem estocado. Para aqueles que trabalham com vendas sazonais, como o comércio varejista de vestuário e calçados, a ordem é comprar o mínimo possível, pois além do problema do desaquecimento do consumo, o inverno é muito curto, abrangendo poucos meses do ano, podendo desestabilizar de vez seu negócio!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

O mercado imobiliário reflete a alta e a baixa da economia



Sabemos que os movimentos do mercado imobiliário são um espelho dos ciclos de alta e baixa da economia como um todo, ou seja, a contração e expansão da economia reflete em desaquecimento e aquecimento do mercado imobiliário, respectivamente.

Há várias razões para o investimento habitacional ser alto nos períodos de crescimento econômico. Existem mais empregos, maior renda, menor juros e assim, uma economia em alta leva muita gente a pensar em ter uma casa própria. Além disso, ao mesmo tempo, os credores, vendo que a economia está em ascensão e as pessoas possuem maior recurso disponível acabam por relaxar nas exigências para empréstimos, facilitando a compra e, assim, mais moradias são vendidas.

Quando isso acontece, a procura faz subir os preços das moradias. Há um interesse em quem tem hipotecas e empréstimos em vender suas residências e os construtores continuam investindo em maiores estoques de moradias para lucrar com os preços altos.
Os preços dos imóveis em geral são resistentes, ou seja, não mudam rápido em razão de fatores que poderiam influenciá-los, por isso, o investimento imobiliário é dito como excelente. Quem nunca ouviu alguém dizer que este tipo de investimento é o mais seguro? Os preços dos imóveis, em vez de caírem quando ocorre um desaquecimento da economia, eles tendem a se estabilizar, ou seja, eles tendem a estagnar, sem subir ou descer, mesmo que o volume de vendas caia.

Quando ocorre a estagnação dos preços, não há aumento de investimentos por parte das construtoras, as vendas caem e com o investimento habitacional suspenso, são cortados empregos nos setores correlatos e a economia geral sofre um desaquecimento. Assim, podemos dizer que o mercado imobiliário reflete a alta e a baixa da economia.

Levando esta questão para nossa realidade, perguntamos: Como será o mercado imobiliário em 2014? Muitas pessoas dizem que já vivemos o período de aumento dos preços habitacionais com o crescimento econômico brasileiro dos últimos anos e agora viveremos a estagnação, pois acredita-se que estes preços chegaram a valores insustentáveis, onde a alta valorização dos imóveis extrapolou o crescimento econômico brasileiro.

Com a economia andando de lado e com perspectivas não muito animadoras de crescimento e estabilidade, sabemos que a estagnação destes preços está chegando! Teremos, num futuro não muito distante uma estabilidade dos preços dos imóveis e um desaquecimento do setor.

De acordo com o presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Claudio Bernardes, a copa do mundo e eleições criam um ambiente diferente para o mercado imobiliário este ano. Se, por um lado, a Copa poderá causar certa diminuição dos negócios, durante a sua realização, o fato de termos eleições provavelmente fará com que o Governo se empenhe para que a economia seja dinamizada.

Diante deste cenário, podemos esperar por mais um ano de crescimento para o mercado imobiliário, pelo que parece, o mercado já dá sinais de certa acomodação mas não será ainda em 2014 que teremos a estagnação destes preços, provavelmente, isso acontecerá em 2015!